Congelamento de óvulos e preservação da fertilidade - Dr. Alfonso Massaguer

O número de mulheres que adiam a maternidade cresce muito. Deixar para ter um filho após os 35 anos, e principalmente após os 40 anos, representa um aumento de infertilidade (dificuldade para engravidar) e para formação de um bebê saudável, com aumento de má formações e abortamentos. Em grande parte, isto ocorre pelo envelhecimento dos óvulos que é desconhecido pela maioria das pessoas.

Este risco de perda da qualidade dos óvulos também ocorre em outras situações que não apenas a idade, como tratamentos de câncer, endometriose e menopausa precoce. Nestas situações de risco, é mandatório avaliar a carga ovariana, ou força destes ovários, através de história clínica, ultrassom e exames hormonais, além de expor as opções de preservação da fertilidade.

A exposição de alternativas para a preservação da fertilidade às pacientes em situação de risco de seu comprometimento deve ser encorajada. Estas situações de risco podem se configurar apenas pela idade da mulher (acima dos 35 anos) bem como pela exposição à quimioterapia ou radioterapia. Não existe fórmula definida. A decisão de qual método será empregado dependerá de vários fatores como idade, presença de parceiro, tipo e estadiamento do tumor, protocolo de radioterapia ou quimioterapia utilizado e tempo disponível antes destes.

O congelamento de embriões é a técnica mais consagrada de preservação da fertilidade. Óvulos obtidos usualmente através de estímulo ovariano são fertilizados em laboratório e os embriões resultantes são congelados. As taxas de gestação fruto de embriões congelados se aproximam daquelas resultantes de embriões transferidos à fresco. Possui como principal desvantagem a fertilização prévia do óvulo, não possibilitando à mulher definir posteriormente o “pai biológico” de sua prole. Isto é, a mulher que realizará esta técnica deve ter um parceiro já definido ou utilizar de esperma doado.

O congelamento de óvulos vem se tornando principal opção para aquelas mulheres que não possuem parceiro. Os óvulos são mais sensíveis ao congelamento, gerando taxas de gravidez ainda inferiores ao congelamento de embriões. Os óvulos são obtidos geralmente após estímulo hormonal em 8 a 10 dias e posteriormente coletados através de uma agulha por via vaginal com uma sedação.

O fato de termos embriões, óvulos ou tecido ovariano pode trazer conforto à paciente em situações de grande risco para sua fertilidade como quimioterapias.

Escrito por: Dr. Alfonso Massaguer
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